segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Encontros e Desencontros


É incrível como as almas não se encontram. Estão todas em busca, de algo, de ternura, de completude. Saem loucas, desvairadas pela madrugada, e não obtêm a graça do encontro. Lindo seria o encontro. Lindo seria o reconhecimento. Mas pra cada dia de encontro, há 364 de desencontro. 364 incompatibilidades para 1 compatibilidade. Fé cega. É isso que rege a vontade de encontrar lugar de pertencimento, de alocação, de acomodação. Demora aconchegar, chamegar, repousar. 

Não quero repousar num lugar só. Encontro repouso em vários portos. Meus portos são os que me oferecem prazer, frisson e intensidade. Mesmo que por momentos curtos, por dias, por semanas. Não me importo de dividir minha ternura e depositá-la em mil baús diferentes. 

As partidas existem, as quebras, as rupturas. Mas também existem os recomeços, os encantamentos, o maravilhoso novo. O novo é maravilhoso. A dor pelo velho é apego, melancolia que deve ser sentida e transmutada em alegria de se ter vivido amor. Amor que se transformou. A partida também é alívio. Alívio de livrar-se do velho, do que não encaixa mais, não cabe mais no corpo e na alma. 

Satisfação de ter roupas novas pra vestir, cores novas pra colorir!